
Ainda de olhos fechado sinto o impacto de cada pisada que dou para formar um passo quando. Não sei bem como é o caminho que estou sendo conduzida, mas eu vou. Posso sentir cada queda, cada forma que me levanto. As quedas são duras e doloridas dentro de mim, mas a lição a cada vez que preciso me levantar descubro mais uma força em mim. De alguma forma que posso sentir uma energia que me envolve.
De repente a venda cai e tudo começa a ficar mais claro. Olho para trás e vejo tudo que percorri, as marcas das quedas, os passos de pessoas que se se foram, a presença energética de pessoas que ainda estão de alguma forma do meu lado. Olho cuidadosamente ao meu redor e vejo luz. Preciso seguir, mas me sinto cansada. Não onde repousar a não ser num colo divino que se mostra num plano que ainda não posso ver. Algumas vezes tenho dificuldade em manter a fé. Outras de entender por que as pessoas se machucam com tão pouco. Mas eu sigo meu caminho carregando uma bagagem que se enche a cada passo que dou. São dores e alegrias! Não tenho nem a escolha de desistir. Não tenho escolha nenhuma por sinal. Sinto-me conduzida por uma força que me leva a ações.
Abro e fecho olhos e percebo que há um conflito constante dentro de mim. O duelo de dois Eus que me enlouquecem, me fazem querer sumir. Uma junção de gratidão com revolta. E o que mais me dói é ver quem eu quero que fique ir embora. Uma sensação de não posso deixar partir, não posso deixar pra trás. Mas as coisas só poderão estar na minha vida se eu deixa-las voar no seu destino.
Vejo-me andando por um caminho de luz azul. Vejo pessoas que tanto amo sofrendo no chão. eu tento estender a mão para ergue-las, mas elas não seguram, elas desistirão. Eu ando nesse caminho de luz azul e vejo pessoas que amo se auto-destruindo, se flagelando, se cortando, se isolando, criando imagens monstruosas quando as olho e vejo anjos. Eu tento ajuda-las, mas não consigo, por que elas desistiram de ver a luz. Eu não consigo para de andar e as vejo ficando no chão lamento coisas utópicas. O meu coração dói de me fazer chorar.
Coisas boas vêem em minha direção e fico feliz. Mas a dualidade dos Eus que se enfrentam continua e eu sigo horas de olhos fechado sentindo o impacto dos meus pés no chão de estrelas e horas de olhos abertos vendo e sentindo em silêncio.
Mas eu preciso obedecer e aceitar meu caminho de luz azul e assim tudo ficará mais fácil. Eu não sei...