
Et benedictus fructusventri tui Jesus. Sancta Maria. Ora pro nobis peccatoribus. Nunc et in hora mortis nostrae. Amen.
Santa Maria, quem está entre nós?
Eram
9:47 da manhã. O telefone toca. É sua mãe que com um tom de quem oculta algo
disse "Alô, filha?" Sim, era sua filha que admirava o dia de sol
enquanto atendia ao telefone dizendo "Bom dia mãe". O papo fluía até
que sua mãe não aguentou e contou a triste história do jovem que deu oito
facadas na mãe sem aparente motivo. Foi assim!
Saiu
da casa da namorada com tudo premeditado na cabeça e uma faca escondida em seu
corpo. Na casa da mãe esperou o tempo exato para pega-la de surpresa. A mãe
percebeu seu ataque e numa luta dolorida contra o filho conseguiu tirar a faca
da mão dele. Ele correu e pegou outra na gaveta da cozinha e rapidamente
avançou para cima da mãe e a esfaqueou sem o menor amor, piedade ou temor a
Deus.
Pulou
o muro da casa e fugiu. A mãe foi socorrida por vizinhos que ao ouvir a briga
com um final silencioso invadiram a casa e correram com ela para o hospital.
Ela foi operada e aguarda a sentença divina se vai ou se fica aqui entre nós
seres tão mortais.
A
irmã indignada foi a policia e todos estão atrás desse pequeno monstro que aos
15 ou 16 anos de idade já sabe sentir ódio no coração. Essa criança que cresceu
a pouco tempo e não pode ser preso por que é menor, mas pode votar se quiser. É
homem para tentar matar a mãe, mas é criança para assumir seu crime.
Nossa
senhora do perpétuo socorro guiai nossos filhos pelos caminhos da luz. Por que
saber o que leva de fato um jovem a cometer um crime contra sua própria origem
não saberemos jamais. E saber por que nosso país que é capaz de sediar uma
Olimpíada não pode ser capaz de raciocinar e perceber que um jovem que pode
cometer crimes também pode responder por ele. Nem vou questionar que país é
esse, pois não muda em nada como funcionam as leis. Vou perguntar o que fizeram
com os seres humanos que Deus nos tempos de Eva criou pensando que eram bons.
Luz
e Treva são dois caminhos tão paralelos e tão distintos com dois governadores
diferentes. É tudo ou nada! Não existe o meio entre eles nem entre nós. Quem
sabe até estamos a sós nesse covil de seres que não sabem mais quem são, para
onde vão ou de onde vieram.
É
sim, indignação! Assim resumimos o que hoje sentimos. Que pronuncie o outro
lado, mas do nosso há uma mãe e amiga tentando sobreviver a brutas facadas no
corpo e aos cortes na alma de ver seu próprio filho tentar lhe tirar a vida.
Não sabemos o que doeu mais.
Ave
Maria! Rogai por nós pecadores tão perdidos entre conselhos malditos, mal
ouvidos e mal feitos. Rogai por nós se ainda há alguma redenção. Por que não
pensaremos no processo de punição não dado por Deus, por que ele não pune, mas
criado por nós que sentimos medo. Pois é como se não tivéssemos tido o
suficiente e nos deixássemos levar pela dor.
Rogai
por nós, Ave Maria! Por que no meio de tantos olhares mistos é pai rejeitando
filho e filhos rejeitando pais. Seres precisam sentir medo para serem bons e
alguns deles nem isso adiantam. Nobres pecadores que no meio de tanta treva não
enxergam mais a luz branca que um dia os cegou para ensinar mais sobre o
respeito. Pobres pecadores, pobres!
A
filha no telefone com sua mãe tremula não sabia o que dizer. Pediu a Deus que a
guiasse no ensinamento do filho que está gerando. Desejou que Deus fosse à
fonte de onde fluem as atitudes humanas. Enquanto sua mãe ao fundo chamava
"Filha, você está aí?" Sim, mas a filha queria estar lá para abraçar
sua mãe e agradece-la por existir.