domingo, 13 de novembro de 2011

Dois segundos



De repente lágrimas caíram dos meus olhos. Diante de mim a chuva e o vento frio. Do outro lado a decisão que eu não queria. Sabe aquela frase que você não quer ouvir? Aquela que faz sua respiração parar? O dia já não ia bem e o ar simplesmente não chegava completamente aos pulmões. Meu coração parou por dois segundos e bateu desesperado como quem deseja apenas fugir. Não sabia como agir, o que falar ou o que fazer. Eu queria acordar e ver que foi só um sonho. Pensei até que era brincadeira boba do destino trapalhão. Como nos dias sol que a chuva chega sem avisar e esfria nosso corpo. Eu quase cheguei a hipotermia.

Se ao menos tivesse dado motivos entenderia com a mesma tristeza no peito. Mas pelo contrário, tudo está tão suave e sereno, bom e feliz. Eu disse o que sinto diante do não saber o que fazer. Restava-me apenas aceitar como eu gostaria que aceitassem minha escolha. Eu fiquei triste me sentindo de mãos atadas. Pedi a Deus quietinha no silêncio de uma fungada e outra que me ajudasse a transformar isso. Foi quando eu me fiz transparente do que sentia, só não disse que lágrimas caiam. 

Embora eu não saiba onde estou indo queria apenas não deixar de ir. Quero seguir meu coração, quero saber onde ele está me levando e por que. Foi quando ouvi um perdido de esqueça tudo isso. O ar voltou e eu queria abraça-lo no silêncio. Nenhuma palavra, apenas o barulho da chuva e a batida do meu coração.

É fácil parar uma história quando a gente errou. Questionamos o erro, a falta de compaixão e chance. Mas quando está tudo certo é quase impossível não se sentir injustiçada pelo destino. Ainda mais quando se gosta tanto de alguém. E eu gostei tanto, sem por quês, sem quês, sem mais, sem menos, sem onde ou quando, apenas gosto muito dele. 

E eu estou vivendo isso!