segunda-feira, 5 de julho de 2010

AVESSO

"Hoje em dia não tenho inimigos, e as pessoas que

porventura não me querem bem o fazem numa via

de mão única, perdendo tempo e mostrando com

atitudes que merecem os infortúitos que recebem."

(Bernardo Valladares)



Este será um raro texto deste blog sem imagem, pois hoje percebi que cada um tem a imagem que deseja criar sobre o outro e não importa o que a gente faça para mudar isso. Hoje ouvi barbaridades que não me atingiram, mas me deixaram perplexa com a capacidade do ser humano em não ser humano. Percebi como o desprezo dói ao outro quando tudo o que oferecemos é o silêncio de passos tão ocultos e a certeza que somos independentes.

Os covardes latem até perderem a voz, armam planos e estratégias que só doem neles mesmos. Os corajosos observam o outro correndo atrás do rabo dos próprios enganos. A minha imagem foi construída de uma forma tão distorcida por influência de uma cabeça tão desumana cheia de ego ferido. Eu poderia rebatê-la e cutuca-la o quanto eu pudesse e desse até que me digam pela frente que sou passional, que minto ou que sou ruim. Isso me prova o quanto o ser humano é pequeno diante de tanta maldade que cega e enverga os perdidos na lama do medo da força que o outro tem.

A cegueira humana não percebe e julga com condutas tão manipuladas. São marionetes que o coração bate pedido autonomia. Poderíamos ter nossos direitos e ai sim ter motivos para parecermos ruins, mas ao invés disso queremos distância dessa gente que tenta morder e ameaça pra mostrar o quanto se sentem acuados. Poderíamos fazer isso agora, nesse exato momento. Poderíamos realmente desestrutura-los por completo. Pensem o que quiserem por que entre ter razão e ser feliz queremos a felicidade da sua distância. Por que aguentamos a quase um ano pancada atrás de pancada, ameaças, falhas, mentiras, traições e a mais nova das atitudes grosseiras: o desejo de constranger e humilhar.

A diferença nossa e dessa gente é que não somos nós que culpamos os outros dos nossos fracassos e quedas. Por que o que define alguém não são os tombos, mas sim a forma de levantar. Na verdade nem lamentamos, pois ganhamos mais tempo aproveitando um momento que não volta. A vida parece longa, mas não é e na dúvida se há outra ou não é melhor aproveitar essa. Por que fomos nós que não fugimos da responsabilidade. Por que não pedimos nenhum conto, ponto ou sequer a lembrança. E ai meu bem, estejam certos de uma coisa, ninguém é uma ilha e atrás de nós pode haver uma legião.


Entenda o que é indiferença, por que se ao menos sentíssemos ódio estaríamos amando pelo avesso. Não há lembranças nessa distância de tempos e dias que correm cada vez mais velozes. Então receba nossas orações. Agora! Ficamos impressionados no como a vida dá voltas e no como as pessoas se destroem sozinhas. Por que a lei do retorno é mais forte e o silêncio faz mais barulho ainda.