É
como se eu estivesse caminhando em uma estrada sozinha e cada passo que eu dou
me sinto mais vazia. Como se ninguém fosse me acompanhar, mas às vezes penso
que sou eu que não permito. Mas eu me dei uma chance, por que me parecia valer
apena toda aquela demonstração de afeto. Tentei por varias vezes escrever, guardo
rascunhos e mais rascunhos que me provam isso. Foram dias onde eu dava um
sorriso sereno quando eu sutilmente sentia aquele sentimento tão doce entre
traços tão rústicos. Gosto desse cuidado, dessa proteção, desse olhar
carinho que me marcou no primeiro dia.
Não
sei se haverá o amanhã dessa história, pra mim tão bela e a fera. Mas embora
agora eu esteja ressentida e magoada vou lembrar-me de cada beijo, de cada
abraço, de cada brincadeira que me irritava, do mar agitado que vimos e de água
colorida que dava seu show quando no silêncio senti sua batida do coração
naquele primeiro beijo.
Não
sei para onde o destino vai nos levar. Não quero que esse seja o fim. Não quero
deixar de alimentar meu sentimento e ter que vê-lo secando naquele canto
tão empoeirado. Se esse for o fim não sei de que valeu eu me apaixonar e
aceitar tantos defeitos em prol de lindas qualidades. Por que ontem eu
experimente um temperamento que eu apenas observava de longe e achava
que nunca iria senti-lo de tão perto que parecia entrar em mim. Senti-me
humilhada por palavras tão ofensivas e diante de frases tão frias vi meu
sentimento ser pisado como uva que não serve para o vinho. Senti meu coração
brigar comigo por que acreditei em sentimentos tão nítidos e nobres
pra mim.
Eu
queria estar cheia raiva pra ser mais forte, mas não tem espaço em mim pra
isso, pois o que sinto por ele é bem vasto. Mas mesclado a ele estão magoas tão
acesas e não paro de repetir cada palavra que ouvi ontem na minha mente. Não
estou achando as cores nem os pinceis lavados. Eu procuro os por quês, mas não
acho o sentido. Estava tudo tão belo, por que essa aflição de um atraso do
nada? Por que eu sinto esse medo das seis horas? Por que existe essa briga
dentro de mim entre razão e emoção? Por que eu não quero ir embora?
Sei
que minha razão não me entende por querer tanto ele. Perdoe-me coração por te
deixar sentir-se assim. Talvez escrever pra mim hoje seja a única saída pra
aliviar o que não consigo falar. Esse é meu jeito e o problema é de quem não
entende isso. Pois nem ligo pra julgamentos como nunca liguei, os julgadores
julgam o outro por si. Então, tanto faz o que as pessoas que me viram chorar
pensão agora de mim, se é que elas se lembram de mim.
É
como se eu estivesse caminhando na areia da praia onde os ventos
são instáveis. A quem em dera arrancar o coração do meu peito e jogar
nesse mar imenso o suficiente para Iemanjá levar minha capacidade de
amar. Cada passo que dou eu sinto mais frio, mais frio e mais
frio.
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