segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Desenhos num papel


Hoje resolvi mudar, fazer tudo que tanto quero fazer. Mudar de trabalho! Mudar de atitude! Mudar meu humor! Mudar minha forma de julgar! Mudar minha forma de pensar! Mudar minha forma de escolher! Mudar meu nome! Mudar de telefone! Mudar de casa! Mudar de estado! E finalmente mudar de país! Estar perto do meu coração e unir a única parte que faltava à tudo que já tenho.

Hoje resolvi abrir mão de tudo que não tenho. Mandar embora o que não é, que não quer, que sabe ignorar. Desfazer os desprezos, rever os meus erros e apagar nomes do celular. Para que expor meu maior sonho a rejeições se posso apenas virar as costas e caminhar? Então vou embora de malas no chão, tesouro no ventre e amor em Madrid.

Hoje resolvi ceder e conceder seja lá a que. Se sedemos não temos briga e se conceder não temos guerra. Como o gamba que se finge de morto para evitar a morte e se impõe para mostrar respeito. Ceder a regras e pedidos que não me custam conceder a quem pede ou acha que impõe. Tanta faz o que se faz se amanhã não for nada disso caberá só a nós esquecer e sobreviver. Mas o melhor eu garanto que sempre vai ter.

Hoje eu resolvi não me preocupar e perdoar a quem apenas faz o mal. Perdoar faz bem a saúde e mostra a grandeza de espírito de um espirita que serve a algo muito maior que a fúria humana. Escutar a Deus e caminhar sem medo de vertigens no abismo. E saber que no invisível a um visível que só a alma vê. Não me preocupar com a apenas isso, pois o que houve foi apenas um susto.

Hoje resolvi seguir e prosseguir atrás apenas do que acredito. Não abro mais cartas e as pedras que enfim descansem. Há causas realmente nobres que precisam de mim. Agora as noites parecem longas mas as manhãs são bem mais bonitas. É o fim da travessia de mais uma noite escura e o inicio de um dia ensolarado longe daqui.

Hoje decidi ir pra longe e estar perto que do era distante e não me importar com quem se importa agora. Já sofri demais com palavras ruins, fatos escondidos e medos com inseguranças sem fim. Pra que se posso estar dentro de um porto seguro e enfim ser um em três.

Hoje que meu sonho cresce calmo e manso quero curtir cada segundo e deixar claro tudo que era escuro. Ser mais que sou e mais que serei. Apenas nós dois ainda que haja três basta pra que o mundo exista em qualquer lugar. E não preocupar se a distancia agora parece curta, amanhã a minha será bem maior. E quem sabe o hoje seja menos sofrido.

Mas hoje algumas lágrimas caíram do meu olhar enquanto olhei para um olhar sem existir. Tinha um lápis e um papel em branco na mão, todas as manhãs têm um. Resolvi não escrever, mas sim desenhar a vida, os sonhos e as alegrias que meu príncipe me traz. Não me importo com o que está ao redor, mas com o que está dentro do circulo que eu desenhei no chão da minha vida. Estamos em festa e isso não tem preço. Estamos em festa e já não me atinge as rejeições para com meu Pietro. Estamos em festa e todos dentro do circulo que desenhei estamos realizando um sonho. Os de fora são apenas espectadores que vão interagir como nas televisões por aí a fora.

Hoje resolvi olhar o céu, desenhar num papel, andar por ai, por meu pé no chão. Sentir o mexer do meu príncipe e ser infinitamente grata a Deus por existir. Saber esperar o tempo, sentir o vento e em breve, muito breve, saber partir. E ir apenas para o lugar onde apenas eu e você seremos um embora seja três.





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