
De
repente preciso de todo o silêncio que isso tudo puder me oferecer. Preciso
sentar diante de um pôr do sol e deixar minhas lágrimas livres para juntarem-se
as águas do mar. Preciso de todo o silêncio para estar diante de mim e ser
honesta comigo quanto ao que sinto, não mais no meu coração, mas sim na alma
que vive muito antes do meu corpo ser desenhado por Deus.
Talvez
esteja chegando a hora de parar de fugir de mim, de negar o que quero. Talvez
esteja chegando a hora de ser justa sem pensar no quanto vão me julgar. Afinal,
quem está dentro de mim a não ser eu mesma? Quem pode dizer para onde seguir se
somente eu sei no que eu acredito perante Deus? Mas o tempo não existe e é isso
que me preocupa. Por que se ao menos ele fosse real minhas dores seriam curadas
com o tal passar do tempo.
Eu
posso vê-lo morrer no próprio ressentimento e se afogar no remoço que o
consome. Deus sabe do duelo que há em mim, pois ao mesmo tempo em que fico satisfeita
ao vê-lo sofrer sinto o desespero de não conseguir faze-lo olhar o outro
caminho.
Não
estou apostando na sorte, estou confiando no amor de Deus. Por que todos
poderiam sangrar num duelo sem fim. E eu simplesmente quero a paz que sempre
habitou no meu coração.
Ele
não entende o que tento dizer e acha justo eu passar por cima de tanta ausência
de respeito sem ao menos ter a dignidade de me pedir perdão. Ele não engole o
orgulho e teme o que eu posso querer. Ele sabe que estrada está chegando ao
fim. E talvez entenda que a história seria mais florida sem ela, pois nenhuma
ferida seria tão profunda. Por que não sou eu a esquina que desvia essa
história que poderia ser simplesmente correta.
Eu
preciso de todo silêncio que isso tudo puder me oferecer. Preciso do vento que
refresca minha mente e do sol que aquece minha alma tão cansada de lutar. Tenho
que ser honesta com o que vivo dentro de mim. Por que esse ciclo está chegando
ao fim.