terça-feira, 12 de maio de 2009

R.L.

Aquele olhar do kamikase foi mais que mil palavras


O sentido do encontro é o cumprir de um destino. Mesmo que seja um segundo, aquilo tinha que ser assim. Não somos nós quem definimos o tempo. Assim como não somos nós que definimos o que sentir.
A tempos que eles se falavam e se viam sem se sentir. A ansiedade se mistura com o medo e se dissolve com o encontro. Ele roubou um beijo dela na fila do brinquedo. Era tudo o que ela mais queria. Timidos, com palavras presas dentro de si, apenas conversavam verdadeiramente pelo olhar. Ela deixou o trabalho para estar ao menos um segundo com ele.
Chegou a vez do kamikase e ela mudou de opinião três vezes, bom, ruim e bom demais. Ele simplesmente a olhava como nunca tivesse visto algo tão diferente. Ela tentava decifrar, mas era um mistério sem desvendo. Bastava aquele momento e ela sorria. Um misto de sentimentos com a adrenalina da musica mais romântica de uma rave. Mas ela foi embora sem conseguir vê-lo.
Tempos depois os encontros começaram a ser mais frequentes e eles foram se aproximando. Ambos queria se "viciar", como ela brincava. Mas ele um dia resolveu dissolver tudo e acha que ela no minimo pensa diferente.
Ela gosta da presença dele, pensa nele cada vez que vai dormi ou até mesmo quando vê algo muito belo a sua frente, como uma noite de céu estrelado. São boas as conversas e os abraços. Ela admira seus elogios em horas mais inesperadas. Ele a surpreende. E ela se sente linda só dele a olhar. É bom acordar a noite e vê-lo dormindo sereno. É bom abraçar como quem quer faze-lo seguro. É muito mais que carne, quimíca ou desejo, é algo que não sei se posso expôr aqui. Mas ele importa muito pra ela. E ela sempre pensa nele, quer ele, sente ele. Ele tem um jeito diferente, é discretamente doce, delicado, gentil e cuidadoso. Ele demosntra admiração, e talvez não entenda a admiração que ela tem por ele. É lindo como dança e sua forma de a olhar dançando. Cada caricia é muito bem vinda e desejada. As mãos dadas nos passos que seguem na madrugada fria. O carinho dela ao preparar seu início de manhã pedindo a Deus no seu silêncio que dê a ele um dia de paz. Mesmo com dificuldade de prender sua atenção nas coisas ela ouve atentamente seus projetos. Mas hoje ela se sente pensativa e mais uma vez confia no divino, na frase feita "Tudo que tiver de ser será".
Ele está confuso. Talvez sofrendo por algo que ainda não passou dentro dele. Por que o passado que ele abriu mão está fixo dentro de si. Ele sente medo de se apaixonar, mas talvez ele não saiba que ao menos no princípio ele já está. O medo cega a gente e por isso que nem dou ouvido. Por que um dia eu quero olhar para trás e pensar que sempre ousei, vivi e que sofrer e ser feliz fazem parte da vida. Mas me questiono quanto ao pensar muito ao dormir. Como não querer ter alguém pra pensar na hora de deitar, não podemos controlar o que sentimos? Talvez fugir seja pior, mas isso as pessoas precisam aprender sozinhas. De alguma forma eles se querem muito. E agora mais que nunca ele não sai do pensamento dela.
Ela está na fase mais difícil que um ser humano pode passar, a perda eterna. Seu pensamento está fixo nos entes queridos, mas agora está se dividindo com o fato de estar sendo retidada do caminho. Mas ela quietinha respeita, mesmo querendo ficar, ver, conversar. Pois ela entender que cada um tem que seguir o caminho que escolhe para si. Elas já passou pelo que sente agora, mas entende que palavras não vão de forma alguma adiantar. Então ela segue caminhando sozinha como sempre fez. Por que ela está cansada demais pra tentar.
O desejo de ver, estar perto, conversar, trocar olhares e fazer o que for preciso para estar junto é vivo dentro dela. Por que ele seu jeitinho unico o fez ganhar um significado. Mas talvez ele nunca saiba disso, por que ela, com seu sempre pé atrás, não sabe expressar o que sente. O que ela sabe é ser firme "Eu quero te ver hoje". São sempre afirmativas, pois a forma que ela tem de falar a verdade está no gesto que se demonstra nas caricias, olhares e detalhes que só ela sabe definir.
Enfim, ela que já estava triste com a despedida eternas, agora está um pouco mais por ter que dobrar a esquina e pega o novo rumo. Mas segue pensando na frase que já leu e releu em sua vida "No meio de cascalhos estranhos e desformes, diamantes sobrevivem solitários", assim ela nem questiona mais os passos que dá nela longa jornada de ensinamentos tão sozinhos. Ela apenas agradece pelas pessoas que entram e saem da sua existência. E torce que a saudade o indique um caminho. Mas todo destino se cumpre independente de tempo. Ela aprendeu um pouco sobre a paciência.
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Mas talvez ele nunca saiba disso...que ela não é tão fria!

Um comentário:

Anônimo disse...

olá ívia! achei seu blog por acaso, andando pela net, mas quero dar parabéns pela sua escrita tão delicada e profunda...
pelo que vejo, vc está numa fase de amor platônico... estarei na torcida por vc!
um abraço, luciano.